Um exemplo brasileiro
Para entender como se dá a cobertura midiática de ataques em massa no Brasil, analisei as notícias publicadas no período de 24 horas após o ataque a escola Professor Raul Brasil, em Suzano/SP, pela Folha de S. Paulo e pelo G1 Online.
Na cobertura do ataque de Suzano, observou-se a predominância de um tom alarmista, às vezes até sensacionalista, a estigmatização dos atiradores e a falta de cuidado a mensagem passada ao público, não se diferenciando do que é visto na cobertura midiática de eventos em massa nos Estados Unidos.
A Folha de S. Paulo é atualmente o jornal de maior influência e circulação, com 332.415 exemplares, incluindo assinantes digitais, segundo o Instituto Verificador de Comunicação. Além disso, o endereço https://www.folha.uol.com.br/ é o site noticioso de maior audiência no Brasil, de acordo com o próprio veículo.
O G1 é um portal de notícias brasileiro mantido pelo Grupo Globo e sob orientação da Central Globo de Jornalismo. O portal disponibiliza o conteúdo das diversas empresas do Grupo Globo - Rede Globo, Globo News, Rádios Globo e CBN, Jornais O Globo, Extra, revistas Época e Globo Rural. Para o estudo, foram consideradas somente reportagens próprias em formato de texto, fotos, áudio e vídeo.
A quantidade
O crime aconteceu por volta das 9 horas e 30 minutos da manhã de quarta-feira do dia 13 de março de 2019, na Escola Estadual Professor Raul Brasil, no município de Suzano, Região Metropolitana de São Paulo. Antes disso, os autores havia atirado em seu tio, o comerciante Jorge Antônio de Moraes, dentro de uma revendedora de veículos de Jorge, nas proximidades da escola.
Foram publicadas, ao todo, pela Folha de S. Paulo, 20 notícias nas 24 horas seguintes ao ataque, sendo a primeira divulgada em 13 de março de 2019 após 36 minutos do massacre, às 10h06, intitulada “Ex-alunos matam oito pessoas em ataque a escola em Suzano”. Já a última, foi publicada no dia seguinte, 14 de março de 2019 às 07h58 e foi nomeada “Famílias enterram corpos de vítimas de massacre em cemitério de Suzano, em SP” e fala sobre o velório e o enterro coletivo de seis das oito vítimas do massacre.
Na edição impressa do dia 14 de março do mesmo ano, além da matéria de capa, a mesmo contou com 9 matérias sobre o tema, incluindo colunas e entrevistas. Foi abordado um apurado geral do crime, a vida dos assassinos, das vítimas, informações sobre a escola, as armas utilizadas pelos jovens atiradores, o posicionamento do presidente da república sobre o ocorrido, uma coluna sobre a sinais de alerta e saúde mental das vítimas, uma entrevista com um professor de psicologia social e uma análise sobre a importância de ouvir as vítimas para que elas possam superar o ocorrido.
Enquanto isso, o G1 produziu 17 matérias nas 24 horas após o massacre. A primeira, “Dupla ataca escola em Suzano, mata oito pessoas e se suicida” foi ao ar 23 minutos após o ocorrido, às 09h53 do dia 13 de março de 2019 e já trouxe um apurado completo do crime com tudo o que havia sido divulgado até o momento. A última notícia foi intitulada como “Tio de assassino é enterrado e outras 7 vítimas do massacre em escola de Suzano são veladas” e foi lançada às 06h25 do dia 14 de março de 2019.
Para a doutora em comunicação e e presidente da comissão de ética do Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco (SINJOPE), Patrícia Paixão, essa grande quantidade de matéria é alienante. “A tragédia é passada mil vezes em cadeia nacional, nos jornais impressos, nas matérias de capa, nos sites, o horror estampado. E sem profundidade, não existe uma contextualização e aprofundamento, isso faz com que a mídia perca sua qualidade e sua função de conscientização” afirma ela.
As operações de memória são uma prática jornalística de rememoração de eventos a partir da republicação de notícias por meio do uso de suítes. A proposta editorial, neste sentido, pretende apresentar um encadeamento entre os fatos narrados jornalisticamente. Andrea Trigueiro, jornalista e professora membro do Comitê de Ética da Universidade Católica de Pernambuco, percebe a tentativa dos veículos de manter o assunto quente, assumindo uma postura sensacional e fazendo parecer com uma novela dividida capítulos.
Já o professor e pesquisador Rogério Christofoletti, presidente da Comissão de Ética do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina, defende que é natural que diversas matérias sejam feitas ao longo do primeiro dia, porque muitos casos se estendem por horas, e os meios tentam cobrir o fato em meio à sua ocorrência. Porém, ele alerta: “Entretanto, isso deve ser feito com um grau de cuidado e responsabilidade redobrados, já que a midiatização dos casos é justamente o que muitos criminosos querem. As redações devem discutir intensamente suas práticas ao longo dia e ficarem atentas às respostas de seus públicos”.
Os sórdidos detalhes
Em ambos os veículos, o relato foi feito com um detalhamento extremo , incluindo um passo a passo dos atiradores, suas roupas, quais armas usaram e onde conseguiram, entre outros detalhes.
Seis das 17 matérias analisadas do G1 apresentavam um infográfico com nome e fotos dos atiradores, o percurso que fizeram naquele dia, as armas utilizadas, o que vestiam os assassinos e o crime em 4 “passos”.
A Folha de S. Paulo também produziu seu próprio esquema ilustrado, mas ao contrário do G1, só consta em uma matéria, sendo ela a primeira sobre o caso, publicada às 10h06 do dia 13. O esquema conta com um mapa que mostra a distância entre o lava-jato do tio de um dos atiradores que também foi morto e a escola do ataque.
A cobertura imagética
Imagem disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/03/atiradores-matam-cinco-alunos-e-um-funcionario-em-escola-em-suzano-na-grande-sp.shtml.Edição própria para não divulgar nome dos atiradores.
Imagem disponível em: https://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/noticia/2019/03/13/tiros-deixam-feridos-em-escola-de-suzano.ghtml.Edição própria para não divulgar nome dos atiradores.
A figura faz uma “reconstituição” do crime, mostrando o passo a passo da dupla e localizando suas ações dentro da escola com uma vista aérea. Como se não bastasse, a mesma matéria apresenta ao final uma cronologia do crime, que informa até a ordem em que os atiradores feriram as vítimas.
A matéria “Besta e machado encontrados com autores de massacre em escola ocupam vácuo legal”, publicada pela Folha de S. Paulo no dia 13 de março de 2019 às 19h16, cita todas as armas utilizadas no crime e chega a mencionar preços e onde qualquer um pode adquirir. As mesmas informações estão presentes na matéria “Armas encontradas com autores do ataque estão em vácuo da lei” encontrada no jornal impresso do dia 14.
“Armas como a besta podem disparar setas com velocidade de até 400 km/h, e são encontradas facilmente à venda na internet. Os valores vão de pouco mais de R$ 100 até R$ 3.000, para os modelos mais sofisticados. Machadinhas usadas por militares também são facilmente adquiridas em lojas virtuais.”
Trecho retirado da matéria "Besta e machado encontrados com autores de massacre em escola ocupam vácuo legal" disponível em https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/03/besta-e-machado-encontrados-com-autores-de-massacre-em-escola-ocupam-vacuo-legal.shtml.

Imagem encontrada na edição impressa do dia 14/03/2019 na Folha de S. Paulo.

Texto disponível em:
A partir destas observações, surge um debate controverso: quais os limites daquilo que deve ser dito e mostrado ao público? O jornalista brasileiro Eugênio Bucci afirma em seu livro Sobre ética e Imprensa que “Quando a receita é simplesmente dar ao público o que o público deseja, os meios de comunicação perdem as medidas (...) é essencial diferenciar o que é interesse público do que é curiosidade perversa do público, que pede escândalo pelo escândalo, doa a quem doer”.
Fabiana Moraes, escritora, jornalista e doutora e sociologia, pensa que “não se pode confundir o direito à informação com essa ânsia de escavar tudo, de ir além do que a gente precisa saber em relação por exemplo, de um ataque como esse”. Ela defende que quem precisa saber destes detalhes são os investigadores, os policiais e as famílias dos envolvidos, mas não o público.
Ambos os veículos realizaram uma extensa cobertura imagética, com galerias de fotos e vídeos sendo adicionados a cada nova matéria. Fotos do local, dos familiares e amigos abalados aguardando por informações na entrada da escola e da movimentação de policiais, bombeiros, imprensa e curiosos no local estavam presentes na maioria das matérias. O infográfico do G1 mencionado acima, e presente em diversas matérias, estampava fotos do rosto dos atiradores. Além dele, outras matérias também continha fotos dos atiradores, incluindo o menor de idade. Em uma das reportagem, nomeada “Dupla ataca escola em Suzano, mata oito pessoas e se suicida”, o veículo não só divulgou foto do menor de idade, como veiculou uma foto do mesmo criança.


Foto disponível em: https://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/noticia/2019/03/13/tiros-deixam-feridos-em-escola-de-suzano.ghtml Edição própria para não divulgar nome e rosto dos atiradores.
Destaque do infográfico do G1. Disponível em: https://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/noticia/2019/03/13/tiros-deixam-feridos-em-escola-de-suzano.ghtml Edição própria para não divulgar rosto e nome dos atiradores.
A Folha de S. Paulo não só divulgou diversas fotos dos atiradores em suas matérias como compartilhou e utilizou das fotos produzidas e postada por um dos atiradores em seu facebook, momentos antes do massacre. As fotos, o mesmo está vestido de preto e exibe uma arma.

Fotos disponíveis em: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/03/atirador-matou-comparsa-e-depois-se-suicidou-diz-comandante-geral-da-pm.shtml Foto mostra o menor de idade, a direita, segurando uma arma em frente ao rosto. Edição própria para não divulgar nome e rosto dos atiradores. Foto à dir. produzida e compartilhada pelo atirador em suas redes sociais.

Foto disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/pedrodiniz/2019/03/mascara-de-atirador-de-suzano-e-simbolo-de-supremacistas-e-assassinos-da-ficcao.shtml Foto produzida e compartilhada por atirador mostra o menor de idade segurando uma arma. Foto produzida e compartilhada pelo mesmo em suas redes sociais. Edição própria para não divulgar nome e rosto dos atiradores.
Flora Daemon, jornalista e professora do curso de Jornalismo da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), acredita que estes vídeos, fotografias e textos deixados pelos jovens homicidas são desenvolvidos para serem observados após a execução da obra criminosa e para inspirar ‘novos irmãos’ e viabilizar a gestão da eternidade.
Os armamentos
Os dois veículos também utilizaram de fotos reais do armamento tiradas ainda na escola. É possível observar que a besta aparenta ter sido fotografada como os atiradores a deixaram e a machadinha ainda está presa ao corpo de um dos atiradores morto.


Fotos encontradas edição impressa do dia 14/03/2019 da Folha de S. Paulo. Edição própria para não divulgar nome e rosto dos atiradores.

Fotos disponível em: https://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/noticia/2019/03/13/tiros-deixam-feridos-em-escola-de-suzano.ghtml
Além dele, o veículo divulgou diversos vídeos, um mostra o momento em que os atiradores chegam na escola com o carro alugado. O segundo exibe um dos assassinos entrando na escola, já terceiro mostra os estudantes fugindo, pulando o muro e correndo. O último também divulgado e presente em diversas matérias, é filmado de dentro da escola durante o ataque, o mesmo foge e exibe a movimentação dos alunos dentro da instituição e seus gritos. Entre todos, apenas o último vídeo continha a imagem embaçada e um aviso de imagens fortes. A Folha também divulgou vídeos, em menor quantidade comparada ao G1, entre eles o vídeo dos atiradores chegando na escola com o carro alugado e outro com os alunos fugindo no momento do ataque.

Vídeo exibe a movimentação dos alunos dentro da instituição e seus gritos. Disponível em: https://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/noticia/2019/03/13/assassinos-eram-antigos-alunos-de-escola-de-suzano.ghtml

Vídeo exibe a uma reportagem com imagens das câmeras de segurança da escola de Suzano. Disponível em: https://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/noticia/2019/03/14/corpos-chegam-a-arena-suzano-para-serem-velados.ghtml
Apesar de apenas 3 das 20 matérias publicadas pelo veículo no período analisado conterem os vídeos, 12 delas apresentavam uma galeria de fotos no mínimo questionável. Com um aviso de imagens fortes, a galeria contém foto da fachada da escola e uma vista aérea da mesma, foto de policiais no local e da movimentação de familiares do lado de fora, duas fotos da coordenadora pedagógica, Marilena Ferreira, uma das vítimas e ao final da galeria, duas fotos dos atiradores mortos no corredor da escola Raul Brasil.

Galeria disponível em: https://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/1627900650032284-tiros-em-suzano#foto-1627901074887838
Ambas as fotos não passaram por nenhuma edição para embaçar ou escurecer a imagem, e mostram o corpo ensanguentado de ambos os autores do crime. É relevante mencionar também que a galeria estava presente na matéria intitulada “Momento é de acolher crianças e jovens e se afastar de redes sociais” publicada no dia 13 de março às 19h41, que se propunha a falar sobre saúde mental de famílias, de crianças e de adolescentes que mesmo distantes do fato em si, ficaram abalados com o cenário de violência teve colaboração de duas psicólogas e uma psiquiatra.
De acordo com o artigo 11º do Código dos Jornalistas Brasileiros, “o jornalista não pode divulgar informações: - de caráter mórbido, sensacionalista ou contrário aos valores humanos, especialmente em cobertura de crimes e acidentes”. A jornalista Andrea Trigueiro afirma que se o autor do crime estiver morto e as condições da morte foram violentas, os veículos não podem mostrar por ser considerado caráter mórbido.
Ao divulgar tais imagens não só está ferindo o artigo como desrespeitando o direito à intimidade, à privacidade, à honra e a imagem do cidadão. “Fere a dignidade quando você expõe alguém já morto, é como se ela fosse violentada duas vezes, na morte e na sua dignidade” completa Andrea.
Patricia Paixão comenta sobre o ponto de vista do consumidor: “O jornal é vendido como um bem de consumo e eu como consumidora não tenho obrigação de ver uma morte violenta, a exposição de um corpo, uma apologia à violência”.
Já Fabiana Moraes afirma que não pode dizer se é certo ou errado utilizar fotos na cobertura desses caso, se trata de uma discussão mais profunda. “Obviamente as imagens de corpos mortos, claro que não devem ser utilizadas. Mas eu acho que é possível realizar uma cobertura imagética de um caso como esse sem a necessidade de fazer uma apologia e divulgação do corpo ferido, do sangue. As imagens podem ter papel fundamental nessas coberturas, mas é preciso se perguntar e discutir que imagens são essas”, conta ela.


Os autores
A Folha de S. Paulo e o G1 em suas coberturas retratam os atiradores com uma construção bastante simplista. Na maioria das reportagens, é citado somente o nome, idade e passo a passo de suas ações no dia do crime, uma visão plana e sem complexidade.
A única reportagem que fez algum esforço para sair da área comum foi “Obsessão por game, abandono dos pais e bullying marcaram vida de atirador”, publicada pela Folha de S. Paulo dia 14 de março às 0h00 e presente também na versão impressa de mesmo dia. Trata-se do cotidiano de um dos atiradores, sua relação com seus familiares, com fotos de seu quarto e depoimento da mãe e avô do mesmo. A vida do outro atirador é pouco explorada em relação ao primeiro e a reportagem finaliza falando sobre a amizade dos dois, o que costumavam fazer juntos no tempo livre e relatos de vizinhos.
Apesar do esforço, o veículo caiu no espaço comum. A psicóloga social Renata Lira destacou como a Folha de S. Paulo falhou em sua tentativa e acabou por culpabilizar a família do adolescente envolvido. “Falaram que ele gostava de jogos violentos, que morava com a avó porque a mãe tinha problema com drogas, começou a traçar um perfil superficial que só colabora com a estigmatização do rapaz e deixa de abordar outros aspectos. Por exemplo, ele estudava numa escola pública, podemos nos perguntar qual o lugar da escola nisso, ou da própria rede de assistência social. Eu vejo falhas em inúmeras instâncias para partir logo para culpabilização e responsabilização da família.” argumenta ela.
Apesar de não aprofundar sobre a vida dos autores, seus nomes foram amplamente divulgados nos dois veículos. Na Folha de S. Paulo, o nome de um dos atiradores foi citado 59 vezes em menos de 24 horas, e o segundo teve seu nome citado 27 vezes. Já o G1 citou o nome do primeiro 37 vezes no mesmo período, enquanto o segundo foi citado 26 vezes.
Fabiana Moraes defende que os nomes dos atiradores não devem ser divulgados. “Não vai mudar para a pessoa que recebe a informação saber os nomes, e eu acho que quebra uma lógica que pode estar fundada nessa questão da notoriedade. Mas não acho que os ataques são cometidos só por isso, mas esta é uma possível leitura”, argumenta ela.
Esta já é uma discussão presente nos jornais e nas redações. Susan Chira, vice-editora executiva do New York Times, já se pronunciou sobre o assunto em entrevista para o The Washington Post: “Nós mencionamos o atirador por nome, como fizemos consistentemente no passado, porque acreditamos que o nome é digno de notícia. Precisamos saber quem ele é, suas origens, sua família, se era radicalizado, se tinha vínculo ou não com outras organizações radicais e assim por diante. É difícil escrever sobre as origens de alguém, país natal e vida familiar sem citar nomes. Isso também nos ajuda a ser o mais transparentes possível com o leitor.”
Andreia em contraponto, fala que os veículos afirmam que estão prestando um serviço para cidadão saber quem são os criminosos, mas o que a sociedade quer é a vingança, a sede de ver aquela pessoa execrada publicamente, desclassificada, criminalizada ainda mais.
A editora executiva do Huffington Post, Liz Heron, afirmou através de uma porta-voz para o The Washington Post que “A identidade do atirador é uma parte relevante para essa notícia, e portanto, precisamos mencioná-la. Porém, limitaremos o uso de seu nome e imagem, porque no Huffington Post nosso enfoque editorial são as vítimas e as comunidades afetadas por esse atentado – bem como os esforços daqueles que se dedicam a encontrar soluções para a violência armada, homofobia e muitos outros problemas perturbadores que essa tragédia realça” diz ela.
Precisamos estar alertas para o fato de que a notoriedade dada pelos noticiários aos autores dessas tragédias podem se tornar um fator motivacional para que eles as cometam e, assim, atinjam o nível de fama desejado e que dificilmente teriam em suas vidas cotidianas.
“Não vai mudar para a pessoa que recebe a informação saber os nomes, e eu acho que quebra uma lógica que pode estar fundada nessa questão da notoriedade. Mas não acho que os ataques são cometidos só por isso, mas esta é uma possível leitura”
Fabiana Moraes
Cláudia Collucci, jornalista especializada em saúde, afirma que não se trata de não divulgar informações relevantes ao público. “Mas, é preciso, pelo menos, discutir como adotar um comportamento mais responsável nessas situações”, defende ela.